domingo, 26 de outubro de 2008

Praia e algo mais



Hoje me dei conta que faz mais de um ano que não vou à praia. A última vez foi quando uma prima de Minas veio passar as férias comigo. Pode amanhecer um lindo domingo de sol. Posso sair na rua e ver a vizinhança animada com suas barracas caminhando em direção a alguma praia da cidade. Posso ver o noticiário mostrando os quilômetros de engarrafamento nas estradas paulistas pro litoral no final de semana. Podem rolar aqueles eventos onde "tooodo mundo vai na praia hoje". Nada, nada me deixa com vontade o suficiente pra encarar as areias cariocas. Não é rejeição, é só falta de vontade mesmo.
Hoje acabei indo tomar uma cerveja (no Rio não teve lei seca) num quiosque de praia com amigos. É, acabei indo. Me convidaram e de repente me deu vontade. Isso, claro, depois de votar e exercer meu direito de cidadã. As cervejas e o bom papo serviram pra relaxar durante a apuração disputada de votos (com um resultado frustrante, aliás). Acho que isso não conta como ir a praia, mas foi uma tarde maravilhooosa.



Aproveito par emendar neste post o primeiro vídeo que fiz com meu celular durante o Festival do Rio e só agora consegui passar pro computador. Não sou muito habilidosa com essas tecnologias e na verdade o vídeo tá tão ruim que eu nem devia mostrar pra ninguém. Mas é só pra deixar um pequeno registro do magnífico Cine Palácio, que apesar de ter sido tombado temporariamente, foi adquirido pelo Hotel Embassador e fará parte dele. Lamentável meeesmo. Ficam então essas grotescas imagens de pessoas queridas como protesto. Pelo menos vamos torcer pra salvarem o Paissandu.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Blog Action Day



Apesar de estreante na blogosfera, resolvi aderir ao movimento do Blog Action Day. Pra quem desconhece, trata-se de um movimento bloguístico onde todos os participantes postam num determinado dia posts com o mesmo tema. Hoje é um desses dias e o tema é pobreza. Infelizmente já tá quase no fim do dia e só agora tive 10 minutinhos para me manifestar e não perder a data.
Pensei seriamente em falar de pobreza de espírito, porque ultimamente tenho visto ela generalizada nas campanhas eleitorais Brasil a fora. E se por aqui se fala de culpa, sou totalmente adepta da idéia de culpar políticos. Por mais que o governo seja reflexo do povo e coisa e tal, tem uma frase cantada pelo Gabriel o Pensador que eu assino embaixo: "A miséria só existe porque tem corrupção." Difícil negar isso, visto a quantidade de impostos que o brasileiro paga pra população não ter nem os serviços básicos eficientes.
Ainda assim, não me vou me estender no post do Blog Action Day, porque daqui a pouco acaba o "day" e eu não postei. Portanto, deixo pra finalizar um vídeo que tem circulado na internet e que ajuda a mudar o pensamento de muita gente. Ele foca bastante no excesso de consumo que há no mundo, e este consumo desenfreado é, na minha humilde opinião, outro dos pontos que merece tomar a culpa. Culpa pela pobreza e por diversos outros fatores deteriorantes da nossa sociedade.

domingo, 12 de outubro de 2008

Feliz dia das crianças



Hoje é dia das crianças e isso não significa nada na minha vida. Eu não tenho filhos, irmãozinhos e tampouco meus pais me acham criança a ponto de me darem brinquedos. Mas eu me pergunto que tipo de brinquedo as crianças de hoje querem ganhar. Não sei, me acho por fora no assunto crianças, ainda mais com as notícias sobre crianças que vejo por aí. Outro dia vi uma reportagem meio chocante:


"Menino invade zôo e alimenta crocodilo com animais raros

Um garoto de sete anos invadiu um zoológico na Austrália, matou diversos animais e alimentou outros vivos a um crocodilo durante uma conturbada série de matanças capturada pelas câmeras de segurança do zôo."

Que isso, gente! Lá pelas tantas da notícia tem um comentário do diretor do zôo.

"Se fosse na minha época de criança, ele levaria um bom chute no traseiro, afirmou o diretor" inconformado.

Mas os tempos mudaram, violência não leva a nada. Supernanny ensina a educar seus filhos só colocando no cantinho do castigo e falando para as crianças com sotaque britânico carregado: "Your behaviour is unacceptable." (Também pode ser visto na versão nacional que o SBT produz.)

E falando em SBT, tem uma criança que é a mais impressionante do momento. Há quem diga que é um anão vestido de menina. Outros que é um robô. Já ouvi dizerem que ela tá possuída. Mas a musa não tá nem aí e aposto que teria uma resposta pronta pra cada um desses comentários. Claro que eu tô falando da Maísa, que outro dia tinha uma capa de revista de fofoca com algo do tipo "Maísa alfineta Galisteu." A guria tem 6 anos e apresenta um programa semanal na tv do Silvio Santos. Seguem abaixo dois vídeos recentes, da estrela mirim no programa do patrão respondendo perguntas e dando várias tiradas no velho do baú.









Silvio: Pergunta pra Maísa quanto ela quer ganhar por mês pra trabalhar no SBT.
Maísa: Eeeu.. quero ganhar... hmm... 200... 201. 201 pau!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Teoremas


Entrei numa loja distraída hoje. Fui ver uns discos, só por ver, porque nunca compro. Olhei pro lado e vi meu professor de matématica do colégio olhando devagar uma seqüência de LP's de jazz. Já não estou mais no colégio há quase 2 anos, mas as lembranças me atropelaram naquela loja. Lembrei o quanto eu odiava matemática. Culpei o homem que estava ali ao lado a vida inteira por isso. Ele me deu aula desde a 7ª série até o final do ensino médio, e, nossa mãe, como eu detestava aquela aula. Carrancudo, metódico, mal humorado. Me parecia que ele queria estar em qualquer outro lugar menos ali, talvez por nunca ter visto ele sorrir. Muitas vezes acho que eu me esforçava pra não entender a matéria só por birra, só pra poder reclamar pelos corredores o quanto ele ensinava mal. Mas tinha quem aprendesse, quem admirasse e defendesse aquele homem que eu destestava, e por ter admiradores vorazes ele dava aula para várias turmas. Por ele passei a repudiar as ciências exatas, o que influenciou diretamente na escolha da minha faculdade. Pintei uma imagem de um matemático frustrado, infeliz, amargurado, frio e odiador da espécie humana.
No entanto, nessa tarde abafada, em um canto qualquer do centro da cidade, eu vi uma cena que me fez sentir uma repleta idiota. O homem sorria a cada disco que ele pegava com delicadeza. Nada parecia com a imagem carrancuda que eu pintei a adolescência inteira. Quando pagava os discos escolhidos me viu e acenou, acho até que sorriu pra mim de leve. Não sei se ele notava que eu o destava, e tive até vontade de pedir desculpas, mas deixei pra lá. Saí pela rua achando graça da futilidade dos sentimentos e das imagens que a gente cria e alimenta, as vezes por tanto tempo, sem nem saber o porquê. (isso tudo me fez lembrar do Calvin)

E nesse dia de encontros casuais, ainda encontrei uma pessoa numa fila de cinema que me deixou desnorteada pelo resto do dia, não sei se pelo acaso ou se pela pessoa. Acho que foi pelas duas coisas juntas.

Ps: Para descontrair, uma pérola antiga de vestibular que me faz lembrar muito minhas provas.